quinta-feira, 3 de março de 2011

Apres moi, le deluge

Amo-te tanto
e com tamanha força
que nem mesmo eu entendo
Amo-te como pintores
amam suas telas
Como escultures
amam suas musas
Amo-te feito um poeta
que elege Afrodites
que as fazem imortais
Amo-te por cada gesto
por toda mania
e também pela ausência
Amo-te na ida e na volta
na sala e na rua
no claro e no escuro
Amo-te feito uma doença
acompanhada da cura,
és quase uma epidemia
Amo-te tão profundamente
que vejo no mundo uma injustiça,
sou um sofredor
Amo-te na espera
tão árdua e bela
de um coração sonhador
Amo-te por fim, por meio
sempre num enredo linear
porém nunca cronológico
Amo-te tanto
que já não olho pro lado
pois tú estás em todos cantos
Estás em todas as músicas
e em todos os lábios
de outras mulheres
Por isso não as beijo
pra não perder tempo
pois meu tempo é todo seu.

M.Utida

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